Os amigos da onça
“Amigo da Onça” suscita explicações contraditórias: uma delas relaciona-a com o acto de “cravar” tabaco quando, em tempos que há muito já lá vão, o tabaco mais barato era o de enrolar em mortalhas que era vendido em embalagens com o peso de uma onça, o que terá levado a que a própria embalagem assumisse o nome de onça. Quem abordava alguém para “cravar” tabaco seria, portanto, mais amigo da onça que da pessoa.
Outras não menos verosímeis e interessantes explicações são as que a relacionam com duas anedotas muito populares em tempos:
Um mentiroso que, contando as suas pouco credíveis façanhas, dizia ter feito gato-sapato da onça que o atacara, é questionado da veracidade das mesmas por um ouvinte, que obtém do mentiroso como resposta à sua interpelação um sonoro "Afinal és meu amigo ou amigo da onça?".
Igualmente credível e envolvendo onça é a anedota que deriva do diálogo entre dois circunstantes:
“- O que faria você se estivesse na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
-Dava um tiro nela.
- E se você não tivesse uma arma de fogo?
- Tentava furá-la com o meu facão.
- E se você não tivesse um facão?
- Apanhava qualquer coisa, como um pedaço de pau, para me defender.
- E se não tivesse um pedaço de pau por perto?
- Procurava subir na árvore mais próxima.
- E se não tivesse nenhuma árvore no lugar?
- Saía correndo.
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Aí, o outro, já aborrecido, retruca:
- Afinal, você é meu amigo, ou amigo da onça?”